Após passar três anos estudando em Los Angeles, o advogado Leonardo Ribas Bressan voltou ao Brasil determinado a quebrar um paradigma: a de que o vinho era uma bebida restrita apenas a apreciadores que consumiam em taças específicas e rituais quase que religioso. Sua intenção era popularizar o fermentado de uva e fazer cair na boca do povo, literalmente.
A ideia começou a ganhar forma depois de compartilhar sua intenção com o primo Rogério Mazzarotto Filho, com quem compartilhava um desejo antigo de empreenderem juntos. Os dois, então, começaram a colocar o plano em ação, convidando mais três sócios para a empreitada: os primos João Otávio Ribas Zahdi e Gustavo Marcondes Ribas, além de um amigo, João Guilherme Rebellato. Nascia o The OAK – Wine & Beer.
O espaço escolhido para abrigar a primeira unidade seguiu a quebra de paradigmas que os sócios estavam dispostos a enfrentar: um ponto comercial em uma esquina pouco lembrada como um point gastronômico da cidade, que abrigava três pequenas lojas abandonadas, deu espaço ao bar que é hoje referência na cidade. No entanto, nem só de alegrias é feita a história do The OAK.
Em abril de 2019, Leonardo Bressan faleceu em decorrência de um infarto fulminante. A morte do idealizador do projeto foi um baque muito grande para os sócios, que pensaram em desistir. Mas logo abandonaram a ideia. “Se a gente desistisse do The OAK, era como permitir que o legado do Léo morresse também. Não seria justo com ele e nem com esse bar lindo que ele idealizou. Foi por isso que continuamos”, afirma Rogério Mazzarotto.
Para outro sócio do The OAK, João Rebellato, a decisão, por mais difícil que tenha sido naquele momento, foi acertada e garantiu que o bar se tornasse exatamente aquilo que Leonardo aspirava em 2017. “O timing foi extremamente assertivo para garantir uma boa recepção da proposta do bar, pois estávamos acompanhando um processo de ‘gourmetização’ do consumo da cerveja, com o boom de cervejarias artesanais, mudando o paladar do público e permitindo a inserção do vinho de uma forma mais popular, unindo as duas bebidas que sempre foram encaradas como antagonista em um mesmo estabelecimento”.
O público curitibano comprou a ideia de uma operação que servia vinhos e chopes em um ambiente informal e uma estrutura enxuta, em que o cliente retira a bebida no próprio balcão. A “desgourmetização” transformou o The OAK em um bar para quem não quer complicação, quer apenas sentar e apreciar um bom vinho ou uma boa cerveja sem se preocupar com etiquetas e comportamentos. “É a nossa missão: proporcionar ao cliente o melhor momento do seu dia”, destaca João.
Os números confirmam o sucesso: desde a abertura em maio de 2018, o The OAK tem registrado faturamentos anuais que ultrapassam facilmente a casa de R$ 1 milhão. Apenas em 2022, o bar registrou um crescimento de 106% no seu faturamento comparado a 2021, além de ter comercializado mais de sete mil garrafas de vinho e 12 mil litros de chopp pilsen entre janeiro e setembro.
O objetivo, agora, é levar essa quebra de paradigmas consolidada em Curitiba para outras regiões do país, por meio de franquias. A formatação foi finalizada em julho e em apenas quatro meses de expansão, três novas lojas já foram comercializadas e inauguradas: Itajaí/SC, Pinheiros (São Paulo/SP) e outra em Curitiba, localizada no boulevard da Arena da Baixada, estádio do Athlético Parananese.
Mas João alerta que a expansão será feita com a velocidade adequada para garantir uma boa implantação das unidades, aumentando assim o potencial de sucessos dos novos bares. “Não queremos acelerar o crescimento do The OAK, até em respeito ao projeto idealizado pelo Leonardo. Queremos ser meticulosos com nosso franqueado, para garantir que ele alcance o mesmo sucesso que a gente alcançou em Curitiba”.
A meta para 2023 é abrir mais quatro bares, atingir um faturamento de R$ 8 milhões e, principalmente, manter o ideal de Leonardo vivo e agora conquistando o Brasil com a democratização do vinho e da cerveja em todo o país. “Temos certeza que ele está orgulhoso do que o The OAK se tornou e ainda pode se tornar. Para nós, ele nunca nos deixou de verdade e está nos ajudando a fazer do bar uma referência no Brasil”, finaliza Rogério.