MON realiza exposição de arte africana com peças recém-incorporadas ao seu acervo. A exposição “África, Expressões Artísticas de um Continente”, realizada pelo Museu Oscar Niemeyer, apresentada pela Copel e viabilizada pelo governo do Estado do Paraná, está aberta ao público na Sala 4. É um recorte da grandiosa doação feita pela Coleção Ivani e Jorge Yunes (CIJY) ao MON.
No total, são aproximadamente 1.700 obras de uma das mais importantes e significativas coleções de objetos de arte africana do século 20, que passam a pertencer ao acervo do Museu Oscar Niemeyer e, consequentemente, ao Estado do Paraná.
A superintendente geral da Cultura, Luciana Casagrande Pereira, comemora a incorporação do conjunto de obras como mais um marco para o MON. “É um grande privilégio para o Estado do Paraná receber um acervo tão representativo da arte africana. Além de fortalecer a importância do MON enquanto depositário de grandes coleções, mostra o olhar sensível da curadoria para a arte indistinta, ampla e diversa”, afirma Luciana.
“A vinda da coleção de arte africana é parte de um processo de consolidação do marco referencial do MON, que estabelece como diferencial da instituição prioritariamente colecionar arte paranaense e brasileira e expandir seu olhar não eurocêntrico para a arte latino-americana, asiática e africana”, explica a diretora-presidente do MON, Juliana Vosnika. “Buscamos incessantemente incrementar o acervo, pois aí está a alma de um museu, a sua essência”, comenta.
Juliana lembra que, em 2018, o MON foi o museu escolhido por suas condições técnicas, capacidade de gestão e credibilidade da instituição a receber uma doação de quase 3 mil obras de arte asiática. Doadas pelo diplomata e professor Fausto Godoy e oriundas de vários países daquele continente, parte das obras pode ser vista pelo visitante do MON na mostra “Ásia: a Terra, os Homens, os Deuses”, na Sala 5.
Maior museu de arte da América Latina em área construída, com 35 mil metros quadrados, o MON triplicou o seu acervo nos últimos anos. Desde que foi inaugurado, em 2002, e até 2015, o MON contava com cerca de 3 mil obras. Atualmente, possui mais de 9.300 obras em seu acervo.
Mostra africana
Segundo o curador da exposição “África, Expressões Artísticas de um Continente”, Renato Araújo da Silva, as obras doadas ao MON foram adquiridas ao longo de mais de 50 anos pelo casal Ivani e Jorge Yunes, detentores de uma das maiores coleções de arte do Brasil.
“Com a exposição de objetos de heranças culturais tão distintas, encontramos aqui um importante ponto em comum: dentro do Museu, essas artes são elevadas a uma mesma plataforma artística, igualando a arte africana ao patamar da arte mundial”, diz. “Eis uma maneira de honrar a ancestralidade visual do passado e de abrir os novos plantios, rotas e perspectivas dessa arte no futuro”, comenta Renato.
Fazem parte da exposição: máscaras, esculturas, bustos e cabeças de bronze, miniaturas metálicas, objetos do cotidiano e instrumentos musicais.
As obras têm origem em países como Costa do Marfim, Mali, Nigéria, Camarões, Gabão, Angola, República Democrática do Congo e Moçambique, entre outros.
Renato Araújo da Silva é historiador em Filosofia pela Universidade de São Paulo e coautor, entre outros trabalhos publicados, do livro “África em Artes”. Curador e pesquisador, atuou no Museu Afro e realizou outras exposições em museus, como o de Arte Sacra de São Paulo.